Bolonha – A Cidade no Meio do Caminho

Mari Soares
11 de abr. de 2017
4 min de leitura

Bolonha é aquela cidade que você não ouve muito mas que se pretende fazer um tour pela Itália vai acabar passando por ela, seja de carro ou trem, ela sempre vai estar no seu caminho. Foi o que aconteceu conosco, ela não estava no roteiro mas estava no nosso percurso e se tornou uma parada obrigatória, e hoje podemos dizer com muita convicção: FOI A MELHOR PARADA OBRIGATORIA DA VIDA!

A cidade fica na região da Emilia-Romagna, está localizada próximo as cidades de Modena e Ferrara, no Norte do País. É aquela cidade que serve de base para ir a vários outros lugares da Itália. Ela está numa intersecção de vias que ligam diretamente a Milão, Florença, Parma, Verona, Veneza entre outras, o que facilita muito aquelas viagens no qual você deseja ver um pouquinho de cada lugar sem perder muito tempo com a locomoção.

Chegamos em Bolonha de trem de alta velocidade, compramos a passagem antes da viagem pelo site da Trenitalia, pagamos 19 Euros no trecho (para duas pessoas) e levamos 1:50h de viagem. Não tivemos problemas nenhum quanto aos trens que compramos antecipadamente, apenas imprimimos os bilhetes enviados para nossos emails e embarcamos no trem, durante a viagem um funcionário passa validando o ticket. Na estação existem alguns painéis com os horários e trechos dos trens e em qual plataforma você deverá embarcar, e mesmo que ainda tenha alguma dúvida existem vários funcionários que podem te ajudar, e só mostrar o bilhete impresso que eles te informam a plataforma correta.

Mesmo sendo classe econômica a viagem e super confortável e nem parece que está viajando a 300km/h, claro que não dá para ver muita coisa durante o caminho pois e tudo um borrão! Mas quando ele está saindo das estações ou parando nelas dá pra ver um pouco das cidades.

Assim que chegamos na estação Bologna Centrale fomos alugar um carro, pois usaríamos a cidade como base para ir a outros lugares. Vimos que tinha uma empresa de alugar carro do outro lado da rua pela internet antes da viagem, tínhamos visto os preços e os veículos e decidimos por alugar lá na hora. Alugamos um Fiat 500, ele foi nosso parceiro de viagens e aquilo que não conseguimos ver durante a viagem de trem conseguimos ver com ele na estrada.

Antes da viagem baixamos os mapas off-line das cidades que iriamos no nosso celular, então não precisaríamos de internet para saber como chegar de uma cidade a outra, colocávamos o endereço ainda no hotel e depois ele continuava off-line. Assim não nos perdemos nenhuma vez na estrada.

Nosso hotel ficava bem próximo a estrada que iriamos utilizar então, foi fácil. Logo no primeiro dia fomos para Verona, era final de tarde já mas não vimos motivo para ficar no hotel. Antes de irmos para Verona fomos em Pianoro, para buscar umas pecas de moto que o Italo havia comprado pela intenet, e diga se de passagem fomos muito bem recebidos, perguntaram nosso roteiro e falaram o que não poderíamos deixar de ver (Veneza e Florenca), e ate hospedagem nos ofereceram!.

No dia seguinte bem cedo fomos para Veneza, no terceiro dia fomos para Florença e no quarto dia para Modena e Maranello. Em todas as viagens a outras cidades voltamos por volta das 18h então, sempre que voltávamos, íamos para o centro de Bolonha conhecer um pouco mais a cidade.

Nos encantamos por Bolonha, ela se tornou nossa cidade favorita da Itália (junto com Veneza, claro!), ela e aquela típica cidade monocromática, você olha e parece que todas as construções possuem o mesmo tom avermelhado, o mesmo telhado, muitos tijolos e madeira, é um charme!

Como sempre chegávamos no final da tarde o centro estava bastante movimentado de jovens e pessoas sentadas em bares conversando, diferente de Milão que as 19h grande parte dos estabelecimentos já estavam fechados. Não sabíamos nada sobre Bolonha, então o que fazíamos era andar pela cidade com um mapa e conhecer os pontos turísticos como a Piazza Maggiore, onde está localizada a Basilica di San Petronio, uma das maiores igrejas católicas do mundo. Ela começou a ser construída em 1390 e ficou mais de 100 anos em obra, ao olhar a fachada e possível ver imagens esculpidas que contam as passagens bíblicas, como o Antigo Testamento, a Ressurreição e A Virgem Maria segurando Menino Jesus.

Logo em frente a Basilica di San Petronio está a Piazza Del Nettuno, aonde bem ao centro existe uma enorme e linda fonte com o Deus dos Mares. Seguindo a Via Rizzoli e possível ver as famosas torres de Bolonha, a Le Due Torre: Garisenda e degli Assineli, elas são conhecidas por serem as mais altas da cidade e por serem inclinadas, por parecer que estão caindo, o que a primeira vista é bem estranho pois você acha que está vendo coisas.

A parte mais encantadora da cidade para nós são os pórticos, Bolonha e conhecida por ter vários, vários mesmo, quase 40km de pórticos! Ou seja, pode estar chovendo ou fazendo muito sol, andar pela cidade é agradável, parece que você está sempre dentro dos edifícios e na verdade são os pórticos e os caminhos que te levam ao centro histórico, às igrejas, às lojas ou museu. E não se engane achando que são todos iguais, cada um existe um detalhe, uma pintura, um design que criam uma beleza fantástica e andar pela cidade e chegar no seu destino se torna encantador.

Em uma das nossas noites na cidade decidimos ir em um restaurante próximo ao hotel, era aquele típico restaurante para happy hour, com bebidas e petisco e muita gente que acabou de sair do trabalho jogando conversa fora. Durante todo nosso relacionamento juntos nos dedicamos a faculdade, estudar, estudar e estudar mais e quando a loucura acabou só pensávamos em ficar em casa assistindo filmes e series e deixamos de lado a parte “ser sociáveis”.

Quando entramos no restaurante pedimos comes e bebes e ficamos horas conversamos percebemos que nosso primeiro happy hour foi em Bolonha e foi tão divertido, pelo local, pela comida e pelos atendentes. A moça que nos atendeu era super simpática e tentava aprender português conosco e nós, italiano com ela. Nos sentimos agradecidos por pessoas tão legais entrarem no nosso caminho e uma simples saída em busca de algo para comer se tornou algo que nunca vamos nos esquecer.